O secretário de Saúde de Natal, George Antunes, afirmou nessa quarta-feira (9) que a falta de médicos obstetras atinge toda a região metropolitana da capital potiguar. Ele reconheceu que há uma carência de médicos nas escalas de plantão da Maternidade Leide Morais, na zona Norte da cidade. O assunto foi pauta de uma audiência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), que teve objetivo identificar as dificuldades para tentar sanar o transtorno. Apesar do problema, o secretário descartou qualquer possibilidade de fechamento da maternidade.
Uma solução proposta pelo secretário George Antunes, que estava acompanhado da sua equipe técnica na audiência da tarde dessa quarta-feira, é articular com a Cooperativa Médica (Coopmed/RN) o cumprimento integral das escalas de plantão na Maternidade Leide Câmara. Ele argumentou da importância que a unidade tem para a Grande Natal.
“É um dos serviços mais importantes que nós temos aqui na região metropolitana. Um serviço dos mais resolutivos, que conquistou a confiança da população, ali se reveste de um simbolismo muito grande. A população prefere aquela maternidade e é uma unidade que dá resolutividade, então nós estamos hoje é apostando todas as fichas nela. Inclusive, estamos fazendo uma reforma muito grande, readequando toda a estrutura física e com revisão de equipamentos também”, disse George Antunes.
A realização de serviços e investimento em equipamentos, segundo o secretário, é a prova de que não há a menor possibilidade de fechamento da maternidade. “Que cabimento teria eu investir tanto dinheiro numa maternidade e depois fechar o serviço? Isso não cabe. Agora é verdade que em alguns dias essas escalas não estão completas, e esse movimento que a gente vem fazendo envolvendo Cooperativa Médica, Conselho de Medicina, Sociedade de Obstetrícia e Ministério Público é no sentido de completar essas escalas e de tornar aquele serviço cada vez mais resolutivo”, declarou o secretário.
Para zerar os “furos” de plantão de médicos na Maternidade Leide Morais, a solução proposta por George Antunes passa por dar prioridade à unidade da zona Norte de Natal, em detrimento de outras da região metropolitana. Ele explicou que parte dos profissionais que atendem na capital também atua em maternidades do entorno, tais quais as de São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, Macaíba e São José de Mipibu.
“No meu entender, não vale a pena eu estar disputando profissional com Macaíba, se o hospital de lá é muito menos resolutivo do que o de Natal. Então a ideia é que a gente dê prioridade ao serviço da maternidade Leide Morais, porque ele consegue absorver a demanda de Natal e da região metropolitana, mas o inverso não acontece. Macaíba não consegue absorver essa demanda, ela não tem capacidade instalada e nem know how. Então, se nós tivermos que sacrificar dias de escala, o que não é fechamento de serviço, que se sacrifique em outras unidades e não na Leide Morais”.
Questionado sobre os dados dos esquemas de escalas, quantos médicos estão dando plantão e qual seria o número ideal para a maternidade, o secretário disse que as informações também foram solicitadas pela promotora que presidiu audiência no MPRN, mas que ainda iria reunir os documentos para apresentá-la posteriormente.
George Antunes também criticou a maneira como o problema vem sendo tratado. De acordo com ele, as dificuldades relacionadas à Saúde no Rio Grande do Norte têm se resumido a discussão entre as secretarias de Saúde de Natal e do Estado. Ele cobra a participação dos outros 166 municípios para diminuir a sobrecarga na região metropolitana e resolver as questões em conjunto.