“Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Este foi o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, segundo informou o ministro da Educação, Victor Godoy, logo após o início da prova neste domingo (13).
A escolha do assunto foi elogiada nas redes sociais por professores, alunos e personalidades da política, que viram na proposta uma oportunidade para debater e criticar as políticas para o setor adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos.
Sob a gestão de Bolsonaro à frente do Palácio do Planalto, não houve demarcação de nenhuma nova terra indígena no país. Com o afrouxamento do regramento e enfraquecimento dos órgãos ambientais, os povos originários e seus territórios ficaram à mercê de invasões e ataques de garimpeiros e outros criminosos. Além disso, o mandatário coleciona declarações racistas e preconceituosas contra indígenas e quilombolas. Em janeiro de 2020, por exemplo, ele afirmou que “cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós”.
Sônia Guajajara, cotada para assumir o Ministério dos Povos Originários no futuro governo Lula (PT), deu mostra de como a escolha do tema da redação do Enem repercutiu entre o seu povo.
“Desde a invasão em 1500 nossos direitos tem sido violados, sobretudo, nos últimos quatro anos onde declaradamente a atual gestão, que já derrotamos nas eleições, executava sua política de extermínio dos povos originários e comunidades tradicionais”. declarou, em post no Twitter.
Célia Xakriabá afirmou a necessidade de se “olhar para a ancestralidade” presente na história do Brasil e reivindicou que essa discussão seja levada para as escolas.