A bancada do PT prevê anunciar nesta terça-feira 29 o apoio do partido do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, à recondução de Arthur Lira (PP-AL) ao comando da Câmara dos Deputados, em decisão que deve ser acompanhada também pelo PSB do vice, Geraldo Alckmin.
O apoio vinha sendo costurado desde semana passada, mas havia alguns entraves, em especial envolvendo a participação do partido na mesa diretora e a disputa por comissões.
Uma das principais dificuldades é a adesão do partido do bloco de Lira, que deve ter em sua composição o PL do presidente Jair Bolsonaro.
Além disso, as conversas com Lira esbarraram em promessas já feitas pelo deputado ao PL e à União Brasil. Pelos acordos, os dois partidos revezariam a presidência da CCJ (comissão de Constituição e Justiça) nos próximos dois anos. O presidente da Câmara também teria dificultado a participação do PT na futura mesa diretora.
Há dentro do PT uma ala que queria integrar o bloco de Lira se isso assegurar espaços na mesa diretora. O partido busca a presidência da CCJ e também a relatoria do Orçamento. Um outro grupo resiste.
A saída articulada pelo líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), foi negociar uma espécie de bloco formado por partidos que apoiam o governo de Lula. Fariam parte os que compõem a federação do PT (PV e PC do B), o PSB de Alckmin e a federação PSOL-Rede.
Nesta segunda 28, o deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que o apoio do partido a Lira “já está explícito”. “Provavelmente amanhã [será feito o anúncio]. Governabilidade é o interesse do governo.”
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) defenderá durante a reunião da bancada petista, marcada para esta terça, que o partido apoie Lira, mas com a condição de terem um bloco próprio.
“Eu acho que temos que formar um bloco do governo. Vai ter reunião da bancada do PT e eu não topo formar uma aliança de blocos do PL ao PT”, diz.
O deputado afirma que a primeira meta é assegurar os espaços do PT na Casa e garantir que eles consigam presidir a CCJ e ter a relatoria do Orçamento.