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Pela 1ª vez em duas décadas, juros seguem elevados mesmo com inflação em queda

  • Economia

Pela primeira vez desde o início do regime de metas para a inflação no Brasil, em 1999, a Selic, a taxa de juros de referência da economia, parou, nos últimos meses, de responder aos movimentos do IPCA, o indicador oficial de preços do país.

O IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, está em queda desde abril do ano passado, quando atingiu seu maior nível em 19 anos e chegou a 12,13% no acumulado em 12 meses.

A desaceleração nos meses seguintes foi bastante veloz e, ao término de 2022, a inflação já tinha caído a menos da metade. Em fevereiro, levantamento mais recente, ficou em 5,6%. Já são dez meses de recuo.

Em todo esse período, porém, o Banco Central, o responsável pela Selic, não fez nenhum corte na taxa, além de ainda tê-la elevado mais nos primeiros meses depois que a inflação já tinha parado de subir.

É normal haver um pequeno atraso entre o movimento da inflação e a decisão do BC de mexer nos juros, já que as variações de um mês ou outro podem estar ligadas a um choque passageiro ao qual a Selic não necessariamente precisa reagir.

É a primeira vez, no entanto, que os juros ficam parados por um período tão longo, mesmo com o IPCA já tendo mudado de direção há tempos.

Foi também a primeira vez, desde 1999, que o BC ainda elevou os juros, em vez de pausá-los, logo depois de a inflação parar de subir.

Entre pequenas defasagens, as duas variáveis tradicionalmente andam juntas, tanto para baixo quanto para cima.

Fonte: CNN

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