A decisão do governo de suspender, nesta quarta-feira (3), a realização de um leilão para compra de arroz importado foi comemorada pela oposição.
Os oposicionistas ressaltam, no entanto, que não abrem mão de uma CPI do Arroz para investigar supostas irregularidades no primeiro leilão — que acabou cancelado.
“Não é porque o governo desistiu do leilão que vamos desmobilizar. Precisamos de uma investigação independente para apurar essa cadeia de responsabilidades. Alguém levaria vantagem com isso”, destaca o autor da CPI, o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS).
“Os arrozeiros gaúchos têm o produto suficiente para abastecer o mercado interno com preço justo. E os consumidores podem ficar tranquilos de que estarão comendo um arroz de altíssima qualidade”, destacou.
A ideia de instalar CPI para investigar a suspeita de fraude na primeira tentativa de leilão do arroz reuniu 159 assinaturas. Faltam ainda 12 apoios para alcançar o mínimo exigido. Nesta semana, em meio à liberação de emendas, às vésperas do recesso parlamentar, o ritmo de adesão brecou.
Diante do recuo do governo, o discurso crítico do agro ganha força. Nesta quinta-feira (4), os produtores rurais gaúchos marcaram manifestação no Parque da Fenarroz, no município de Cachoeira do Sul. A ideia é expor insatisfações que vão além do arroz.
“Intitulado de movimento SOS AGRO RS, a mobilização é uma resposta à demora do governo federal em apresentar medidas concretas de apoio aos pequenos, médios e grandes produtores que perderam tudo após a catástrofe climática que atingiu o estado”, afirmam os organizadores.