Para o sertanejo, a chuva é sinônimo de alegria e felicidade, como uma resposta para a maior parte do ano e calor e seca. Em meio à comemoração das chuvas no interior do Rio Grande do Norte neste ano, veio também uma certa preocupação com eventos como alagamentos, queda de granizo e fortes ventos. Esse último caso aconteceu com mais intensidade na cidade de Lagoa Nova, na Serra de Santana, nessa quinta-feira (13). O meteorologista Gilmar Bistrot explicou que esse fenômeno não é comum na região.
Imagens que circulam nas redes sociais mostraram o impacto provocado pela forte ventania durante as chuvas na cidade. Uma residência teve o teto da garagem arrancado pelo vento, a cobertura de um ginásio poliesportivo cedeu e um muro caiu sobre carros que estavam estacionados. Todos esses casos ocorreram na zona urbana do município. Pela força das chuvas, também foram registrados pontos de alagamento.
Meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte, Gilmar Bistrot explicou que não é comum a ocorrência de ventos fortes no interior do Estado. “Depende de alguma situação. Como nós tivemos formação de [nuvens] cumulonimbus, que causou granizo na região de São Vicente e São José do Seridó, provavelmente ela desprendeu a condição ao redor dos municípios vizinhos, fazendo com que o ar se deslocasse com muita intensidade”, detalhou o meteorologista.
É como se as nuvens cumulonimbus formadas nas cidades onde houve chuva de granizo tivesse “chupado” o ar. “Ela [a nuvem] tem um centro de massa e uma pressão muito intensa, que ela suga e causa um deslocamento acentuado no ar, provocando assim as ventanias”, explica Gilmar Bistrot.
O meteorologista explicou que a formação desse tipo de nuvens ocorre geralmente no período da tarde, influenciada pelo calor. A formação do relevo na Serra de Santana também é um fator que favorece as ventanias.