O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas à imprensa e reclamou de “frases tiradas de contexto” durante uma reunião com parlamentares nesta quarta-feira (17/7). As declarações aconteceram um dia após o vazamento do trecho de uma entrevista que provocou ruídos no mercado.
“Muitas vezes você está vendo o telejornal e o que predomina no telejornal não é a notícia completa. É uma frase da notícia, tirada de contexto, que, de preferência, se puder fazer intriga, melhor”, disse o chefe do Executivo na agenda com parlamentares e ministros. A imprensa não acompanhou a reunião, mas o áudio foi divulgado aos jornalistas pela comunicação do governo.
Na terça (16/7), Lula concedeu uma entrevista à TV Record. Parte da conversa, em que ele falava sobre a possibilidade de não cumprir a meta fiscal, chegou ao mercado cerca de uma hora antes da divulgação pela emissora. Mesmo sem ninguém saber exatamente o que havia sido dito ou o contexto, a fala reverberou e provocou alterações no dólar e na bolsa de valores.
Além disso, outro trecho de um discurso de Lula repercutiu na imprensa e nas redes sociais. Ao falar sobre uma pesquisa que aponta o aumento em números da violência contra a mulher em jogos de futebol, o presidente citou que “se o cara é corinthiano, tudo bem”.
“Fiquei sabendo, Haddad, que tem pesquisa que mostra que depois do jogo de futebol aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corinthiano, tudo bem. Mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente”, disse Lula.
Após a repercussão, o titular do Planalto criticou a imprensa e disse que, muitas vezes, o noticiário dá a “impressão que o país está em guerra permanente”.
“Muitas vezes a gente acompanhando a imprensa, acompanhando o jornal, acompanhando internet, a gente tem a impressão que o país está em guerra permanente, que as pessoas estão em guerra permanente, porque, muitas vezes, a mentira sobrepõe os fatos concretos”, opinou.