As novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que, em 2022, o Brasil terá um crescimento econômico maior que quatro das maiores economias do mundo: Estados Unidos, Alemanha, França e Japão. O FMI ampliou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2,8%, este ano, ante 1,7%, indicado na estimativa anterior, de julho. A estimativa para as economias avançadas é de 2,5% para a França; 1,7% para o Japão; 1,6% para os Estados Unidos; e 1,5% para a Alemanha, em todos os casos, considerando a mais recente estimativa do FMI.
A nova projeção do FMI para o desempenho da economia brasileira neste ano também fica acima ainda dos índices estimados para vizinhos sul-americanos como Chile (2,0%), Paraguai (0,2%) e Peru (2,7%).
Em janeiro, o FMI reduziu a previsão de crescimento econômico deste ano para o Brasil de 1,5% para 0,3%. Em abril, a instituição reviu a projeção para 0,8%. No mês de agosto, as expectativas para a expansão do PIB brasileiro estavam em 1,7%.
Nesse mesmo intervalo, o órgão reduziu a estimativa para o crescimento médio das economias avançadas em 2022 — projetado em 3,9% em janeiro. Na projeção seguinte, publicada em abril, a estimativa caiu para 3,3%. No mês de julho, uma nova revisão derrubou a expectativa dessa expansão para 2,5%.
Para os Estados Unidos, por exemplo, a projeção de crescimento do PIB em 2022 estava em 4% no mês de janeiro. Na publicação de abril, o número caiu para 3,7% e chegou a 2,3% em julho. No mês de janeiro, a instituição projetava o crescimento do PIB alemão em 3,8%, e o da economia francesa em 3,5%. Do mesmo modo, no mês de julho, as previsões mudaram para 1,2% e 2,3%, respectivamente.
Em agenda de Reuniões Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos Conselhos de Governadores do Grupo Banco Mundial (GBM) em Washington (EUA), Paulo Guedes, comentou a tendência de revisões das estimativas de crescimento, para cima; e de inflação, para baixo, feitas tanto por agentes internos como externos. “O estoque de investimentos privados no Brasil já contratados para os próximos anos assegura o crescimento”, explicou o ministro.
O ministro da Economia acredita que o fundo ainda subestima o potencial da economia brasileira. “Possivelmente, estão prevendo um crescimento baixo, porque estão achando que o outro candidato vai ganhar, e isso vai ser muito ruim para o crescimento”, afirmou o ministro.
“Quando se faz uma mudança estrutural forte na economia, que é o nosso caso, os modelos antigos perdem a aderência”, explicou o ministro. “Eles [o FMI] estavam prevendo crescimento baixo baseado em investimento público, que está caindo há 20 anos. Então, cada vez mais, o país cresce menos, o que era uma verdade, um fato. Mas mudamos o modelo econômico e agora é baseado em investimentos privados. Temos R$ 900 bilhões de investimentos privados já contratados”, disse ele.
Com a revisão, a alta do PIB prevista pelo FMI para 2022 fica também acima da percepção de analistas de mercado, conforme informações captadas pelo boletim Focus, do Banco Central. O mais recente boletim apurou expectativa de alta de 2,7% para a economia brasileira neste ano. A projeção do FMI para o PIB de 2023 aponta para crescimento de 1%, também acima da expectativa dos agentes de mercado, de 0,54%, conforme apontou o boletim Focus de 7 de outubro.