Ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho está focado em sua candidatura ao Senado Federal pelo Rio Grande do Norte nas eleições de 2022. Ele iniciou conversas com seus ex-companheiros do PSDB no Estado e afirmou claramente, em rede nacional, que não tem interesse algum em disputar as eleições ao cargo de governador, muito menos a deputado federal. A posição adotada alimenta ainda mais o clima de conflito entre Marinho e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que também já afirmou que irá concorrer ao Senado pelo Estado.
Sobre isso ainda paira a dúvida sobre qual dos dois ministros potiguares, o presidente Jair Bolsonaro irá dar seu apoio e nome para a campanha eleitoral. Em agosto passado, Bolsonaro chegou a comentar o interesse dos dois por seu apoio no Rio Grande do Norte, mas, sem dizer qual seria seu escolhido, limitou-se a dizer que isso era algo para os dois concorrentes decidirem lá na frente.
A decisão entre os dois deve ser resolvida até dezembro, conforme afirmou Fábio Faria, que é filiado ao PSD, mas migrará para um novo partido, o PP, nas próximas semanas. Uma movimentação que deve influenciar ainda mais uma candidatura futura, no entanto, ele ressaltou que sua decisão final dependerá da posição do presidente Bolsonaro, já que os dois ministros não deverão se enfrentar pelo voto dos potiguares. “Tenho que conversar com o presidente, saber o que ele quer”, disse, em entrevista recente à rádio 98 FM.
Político também experimentado nas urnas, Marinho acredita possuir vantagem contra o senador Jean Paul Prates (PT), que tentará a reeleição em 2022, mas não falou nada, até o momento, sobre disputar o mesmo cargo com seu colega ministerial. Apoio para o Senado ele tem, e de peso. Nomes como o do presidente estadual do PSDB potiguar e da Assembleia Legislativa do Estado, deputado estadual Ezequiel Ferreira e o prefeito de Natal, Álvaro Dias, já declararam abertamente seu voto e apoio à candidatura de Marinho ao Senado Federal.
Marinho descartou a candidatura ao governo do Estado durante entrevista à TV Brasil, nesta segunda-feira (13), quando falou sobre a crise institucional causada pelos constantes e ferozes ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros, em especial Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso e ao sistema eleitoral brasileiro.
“Eu acredito que o presidente tem dentro de si uma coisa que é muito importante: ele fala o que sente. E fato que, nos últimos meses, principalmente, recrudesceu o processo de hipertrofia de poderes, o Judiciário tem tomado uma série de atitudes que, na minha opinião e na do presidente, ultrapassaram a questão das suas respectivas atividades. Acho que o Brasil flui melhor se cada um fizer a sua parte”, disse Marinho.