O número de médicos ativos no Rio Grande do Norte está 25% abaixo da média nacional, segundo o levantamento Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM). Isso significa que o Estado tem uma média de 1,91 médicos para cada grupo de mil habitantes, distante da média nacional de 2,56. A OCDE, organização de desenvolvimento econômico intergovernamental, com 38 países participantes, estabeleceu que o ideal seria 3,5 médicos para cada grupo de mil habitantes. A deficiência na quantidade desses profissionais também gera desigualdade na distribuição pelos municípios. Dos 6.812 médicos que atuam no RN, apenas 28% está fora da capital.
A carência de profissionais médicos é uma reclamação antiga dos potiguares. O assunto já chegou a ser pauta de uma audiência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal com o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) devido a falta em maternidades da Região Metropolitana.
Com uma média de 1,91 médicos por mil habitantes hoje, o Rio Grande do Norte fica atrás de três estados nordestinos: Paraíba (2,17 médicos/mil habitantes); Sergipe (2,09); e Pernambuco (1,96). Dentro da região Nordeste, o estado potiguar fica à frente de Ceará (1,86); Alagoas (1,76); Piauí (1,76); e Maranhão (0,97). No cenário nacional, o RN ocupa a 17º colocação no ranking de estados com mais médicos proporcionais à população. O melhor estado nesse quesito é o Distrito Federal com 4,72 médicos para cada mil habitantes.
O Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) diz que o efetivo, considerado baixo, provoca falta de atendimento em algumas unidades do Estado, principalmente no interior. O levantamento do CFM aponta que, dos 6.812 médicos ativos no RN, a grande maioria está concentrada na capital. Natal chega a ter cinco vezes mais médicos por mil habitantes do que o interior. Com 4.854 vivendo na capital, a média é de 5,41 médicos por mil habitantes, enquanto no interior esse mesmo índice é de 0,73.
Ele critica a distribuição dos profissionais e explica que o fenômeno não é motivado exclusivamente pela vontade dos profissionais. Fatores como condições de trabalho e falta de equipamentos especializados acabam pesando para que a capital seja mais atrativa.