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Gabinete de Crise em Parnamirim debate medidas superficiais em meio ao caos

  • Parnamirim

A Prefeitura de Parnamirim anunciou a criação de um Gabinete de Crise para enfrentar os impactos das fortes chuvas que atingiram a cidade recentemente. No entanto, ao invés de ações concretas e emergenciais, a gestão municipal parece ter optado por uma abordagem excessivamente burocrática e sem a presença de uma das pastas mais fundamentais para resolver o problema: a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR).

Enquanto moradores lidam com alagamentos, danos estruturais e dificuldades de locomoção, o gabinete discute medidas de comunicação e conscientização, que, embora importantes, não substituem a necessidade de intervenções imediatas. A ausência da SEMSUR nesse núcleo decisório levanta questionamentos sobre a efetividade das ações propostas, já que é essa secretaria a principal responsável por serviços como drenagem, manutenção de galerias pluviais e limpeza urbana — fatores essenciais para mitigar os danos causados pelas chuvas.

Entre as medidas anunciadas, destacam-se a criação de um guia de instruções para a população, produção de vídeos educativos, ativação de canais oficiais de comunicação e monitoramento de redes sociais. Todas essas ações são válidas, mas parecem ignorar a urgência de problemas estruturais que exigem respostas práticas e rápidas, como a desobstrução de canais de drenagem, reforço em áreas de risco e ações emergenciais para minimizar os alagamentos.

A ausência de um plano concreto para resolver os estragos já causados e evitar novas tragédias reflete uma postura reativa, em vez de preventiva. Moradores de áreas mais afetadas precisam de soluções urgentes, não apenas de informativos digitais e debates internos que pouco mudam a realidade caótica que enfrentam.

A criação de um gabinete de crise deveria representar uma mobilização real da gestão pública, reunindo os órgãos necessários para a execução de medidas emergenciais. No entanto, a falta de articulação e a exclusão de secretarias essenciais indicam que a prefeitura ainda trata o problema com superficialidade. Resta à população esperar se, além das campanhas educativas, haverá uma atuação efetiva para enfrentar os desafios causados pelas chuvas — ou se esse gabinete será apenas mais um espaço de discursos vazios.

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