O governo já montou uma estratégia para impedir a tentativa, articulada por parlamentares de oposição, de aumentar o valor do Auxílio Brasil para R$ 600. Incentivada por ministros do primeiro escalão, como Ciro Nogueira (Casa Civil) e Célio Faria (Secretaria de Governo), a ideia é deixar a medida provisória que complementa os pagamentos do programa caducar e, em seguida, editar um decreto para fixar o benefício em R$ 400 até o fim de 2022.
Se, por um lado, o Palácio do Planalto conta com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), para a manobra no Congresso, por outro o aliado do governo quer manter as pontes com a oposição e prometeu pautar a MP – que perde validade em 16 de maio – em plenário na semana que vem. Lira chegou a afirmar que “risco sempre tem”, em referência à possibilidade de o aumento passar no Congresso. No entanto, ele defende que a votação seja feita com “responsabilidade”.
Apesar de enxergar possíveis ganhos políticos de ter o Auxílio Brasil em R$ 600 no ano em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai disputar a reeleição, a ala política do Executivo reconhece que não há espaço no Orçamento federal para conceder um benefício naquele valor, que encontraria resistência de integrantes da equipe econômica. Auxiliares palacianos dizem nos bastidores ver a pressão pelo aumento do benefício como uma forma de “implodir o governo”.
Fonte: Estadão Conteúdo