O governo brasileiro afirmou nesta segunda-feira (29), em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, que “acompanha com atenção o processo de apuração” das eleições presidenciais na Venezuela.
Na nota, o Brasil “saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela”.
Ao mesmo tempo, faz uma ressalva: vai aguardar a publicação dos “dados desagregados” pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela – “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
A eleição envolve múltiplos candidatos, mas os mais votados foram o atual presidente Nicolás Maduro, que tenta a segunda reeleição, e o líder de oposição Edmundo González.
O resultado total das urnas ainda não tinha sido divulgado até as 11h, e as parciais estão sob contestação.
A nota do Itamaraty também deixa claras as ressalvas do Brasil em outro trecho.
O texto diz que as eleições reafirmam “o princípio fundamental da soberania popular”, mas complementa: “a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”.
O presidente Lula ainda não tinha se pronunciado pessoalmente sobre o tema até as 11h.
Mais cedo, o assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-chanceler Celso Amorim já havia indicado que o Brasil aguardaria maiores informações antes de se posicionar, incluindo a divulgação das atas eleitorais.
“O governo brasileiro continua acompanhando o desenrolar dos acontecimentos para poder chegar a uma avaliação baseada em fatos. Como em toda eleição, tem que haver transparência, o CNE ficou de fornecer as atas que embasam o resultado anunciado. Também não vou endossar nenhuma narrativa de que houve fraude. É uma situação complexa e nós queremos apoiar a normalização do processo politico venezuelano”, diz Amorim.