Jean Paul Prates, demitido da presidência da Petrobras, disse que está “triste” com sua saída. A declaração foi dada pelo executivo ao deixar a companhia nesta quarta-feira (15).
O executivo foi demitido após atritos com o governo e será substituído por Magda Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Prates disse que não sabe se continuará no PT, partido pelo qual foi senador da República entre o fim de 2018 e o início do ano passado.
“Ainda vou avaliar”, afirmou.
Balanço da gestão
Na saída da sede da estatal, Prates, que foi aplaudido por funcionários, fez um rápido balanço de sua gestão na estatal. Disse que a principal missão foi estabelecer uma política de preços para os combustíveis a pedido do próprio presidente Lula, de “abrasileirar os preços”.
“Principalmente deixamos uma política de preços que o presidente pediu, quando disse que ia abrasileirar os preços. O mercado entendeu, e a gente conseguiu explicar isso. Mostramos que a gente conseguiu fazer esses preços sem perder dinheiro. E isso favorece a economia, o governo, o cidadão e a cidadão, além de todas as áreas, como GLP, gasolina, diesel e no frete. Deixamos um legado importante. Todos acreditavam que, quando a gente chegou, isso ia ser impossível ou ia destruir o valor da ação. E não foi assim. Essa foi a missão mais difícil. Mudamos a política de dividendos e conseguimos entregar com a ação (da empresa) subindo”, disse Prates, ao deixar a empresa.
Prates listou ainda algumas das principais iniciativas operacionais e gestão durante seu mandato.
“Fizemos uma reunião em Houston com os estaleiros nacionais e internacionais. Deixamos uma empresa muito bem encaminhada. As pessoas estão felizes e gostando de trabalhar aqui. Fizemos concursos, aumentamos a força de trabalho. Eliminamos a atmosfera ruim que estava aaqui, de estar vendendo (ativos), de não se saber o futuro da empresa. Anunciamos o futuro da empresa”, afirmou ele.
Transição energética
O ex-presidente da Petrobras destacou a volta dos investimento em transição energética. Disse que “não tem inimigo”.
“Deixamos a transição energética encaminhada com bons projetos em portfólio que estão sendo analisados agora, com energia offshore, hidrogrênio, captura de carbono, coprocessamento (com óleo vegetal) nas refinarias, atuação no biocombustível que não é incongruente com nada que o setor já faz no Brasil. Não tem inimigo. A Petrobras não vê ninguém como concorrente ruim. A Petrobras é colaborativa. E vai ser a maior compradora de óleo vegetal do país de novo e pode ser a maior compradora de etanol novamente. Vai ajudar na eólica, na solar. Acho que deixamos isso”, enfatizou.