O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, alertou nesta terça-feira (18) de que o adiamento da sessão do Congresso, até então convocada para esta terça, é fruto de uma manobra da base governista presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a retirada de assinaturas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro. O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), marcou a nova data para a próxima quarta-feira (26).
“Esse adiamento claramente é uma manobra do governo, que pretende aproveitar esse período de tempo para tentar cooptar senadores e deputados para que retirem suas assinaturas”, disse o senador após uma reunião entre líderes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Para Marinho, a manobra da base governista mostra um “temor e pavor” que, para a oposição, é inexplicável. “Essa CPMI interessa ao Brasil, em especial ao Congresso Nacional. A Câmara e o Senado da República foram depredados, atingidos, foram degradados”, destacou. O senador defendeu que a CPMI será importante para obter respostas sobre as ações e omissões que poderiam ter ocorrido em 8 de janeiro. “São indagações e dúvidas que precisam ser esclarecidas e qualquer brasileiro, qualquer cidadão, certamente está interessado que isso seja apurado pelo Parlamento brasileiro”, reforçou.
A despeito da manobra do governo, o líder da oposição sustenta que um acordo já havia sido alcançado com a liderança do governo no Congresso na segunda-feira (17). “Nós tivemos ontem uma reunião com o líder Randolfe [Rodrigues] e, juntamente com vários líderes de oposição e situação, ficou definido, inclusive, um acordo de procedimentos em relação à votação de vetos. São 26 ou 27 votos, consensuamos votar 12 vetos e o que era, eventualmente, dissenso, ficaria adiado para uma sessão subsequente, sem que houvesse obstáculo para a pauta da votação dos PLNs”, comentou.
Marinho reforçou, portanto, que a premissa necessária para que a reunião se realizasse foi atendida na segunda. “A oposição fez o esforço possível de transigir, de negociar, de conversar, mas a decisão — ouvindo as partes, mas pendendo à maioria — foi do presidente do Congresso, senador Rodrigo, que, evidentemente, não contou com nosso apoio e nossa aquiescência”, destacou. “De qualquer forma, é uma prerrogativa que a Constituição estabelece, que pertence ao presidente do Congresso Nacional, de tomar essa posição e ele fez”, complementou.