O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou nesta quinta-feira (23) que conseguiu as 27 assinaturas necessárias para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar as denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação.
A quantidade mínima de assinaturas foi alcançada depois o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro ter sido preso nesta quarta (22) em uma operação da Polícia Federal. Ele foi solto nesta quinta.
A PF investiga se houve irregularidades na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao MEC. Além de Ribeiro, são investigados também os pastores com acesso privilegiado ao MEC — Gilmar Santos e Arilton Moura, também presos na quarta e soltos nesta quinta.
O regimento do Senado prevê que o requerimento de abertura da CPI deve ser assinado por, no mínimo, 27 senadores – um terço dos 81 que compõem a Casa. O documento deve indicar o fato a ser apurado, o número de integrantes, o prazo de duração e o limite de despesas para a realização das atividades.
O requerimento de formação da CPI foi apresentado no final de março por Randolfe, na esteira das primeiras denúncias envolvendo a atuação de pastores no ministério.
O documento chegou a alcançar as assinaturas necessárias em abril, mas a CPI acabou não sendo instalada porque senadores que inicialmente haviam apoiado a comissão recuaram.
Agora, mesmo tendo as 27 assinaturas, Randolfe afirmou que deve esperar até a semana que vem para protocolar o requerimento. Isso porque, segundo ele, há a expectativa de mais três senadores assinarem. Assim, a CPI cria uma reserva caso algum parlamentar decida recuar.