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Pesquisa da UFRN investiga se substância extraída de sapos pode ser usada como ansiolítico

Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) começou a investigar se uma substância psicodélica retirada de sapos da espécie Bufo pode ter uma atuação como efeito ansiolítico (contra ansiedade e tensões).

A pesquisa tem sido feita conduzida pelo Laboratório de Neurodinâmica do Instituto do Cérebro (Ice/UFRN) e foi publicada no periódico Molecular Psychiatry. Neste primeiro momento, foram utilizados ratos no experimento – não houve testes em humanos.

A substância em questão é a 5-MeO-DMT. Segundo a pesquisa, o uso da substância mostrou a possibilidade de gerar um efeito ansiolítico de até cinco dias após a aplicação nos ratos.

Os pesquisadores motivaram um estresse agudo nos animais e, logo depois, filmaram os animais no campo aberto e labirinto em cruz elevada para checar como o psicodélico atuaria como ansiolítico e ansiogênico nos organismos.

A pesquisa verificou ainda mecanismos moleculares envolvendo a substância, como a investigação da expressão de oito genes do organismo dos ratos, observando como se adaptariam à substância. As áreas do cérebro do camundongo também foram analisadas.

A pesquisa é da doutoranda em Neurociência de Sistemas Margareth Nogueira e orientada pelos pesquisadores Richardson Leão e Katarina Leão, do Instituto do Cérebro.

Próxima etapas do estudo

O artigo publicado pelos pesquisadores da UFRN refutou um aumento da plasticidade no cérebro e apontou um a capacidade de mudança de expressão dos genes conforme alterações do ambiente.

Essa característica de adaptação, induzida pelo psicodélico, levou a uma análise sobre o mecanismo de ação da substância, que precisa de mais estudos sobre outras doenças, segundo os pesquisadores.

“Estamos mostrando efeitos bem específicos no hipocampo [área do cérebro] e demonstrando que não há um aumento geral de genes relacionados à plasticidade com o uso de 5-MeO-DMT. Portanto, é difícil especular sobre outras condições neurológicas”, explicou a pesquisadora Katarina Leão.

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