Pular para o conteúdo
Início » Petrobras vai realocar 450 funcionários após venda do Polo Potiguar

Petrobras vai realocar 450 funcionários após venda do Polo Potiguar

Um levantamento do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro-RN) aponta que 1.250 funcionários terceirizados foram desligados no closing (conclusão da compra) do Polo Potiguar pela 3R Petroleum. Junto a isso, outros 450 empregados da Petrobras que atuavam na região serão realocados para outros postos de trabalho dentro da estrutura da estatal. O Polo Potiguar foi assumido pela 3R Petroleum na última quinta-feira (8), após o negócio com a Petrobras ser aprovado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O Sindipetro-RN afirma que as demissões começaram a ser feitas na reta final do processo de aquisição do Polo Potiguar, que teve contrato de compra assinado em 31 de janeiro do ano passado e concluiu as condições previstas no acordo mês passado. A cessão da Petrobras contempla um conjunto de 22 campos de óleo e gás e a transferência de toda a infraestrutura e sistemas de dutos que suportam a operação, além do Ativo Industrial de Guamaré (AIG), que engloba unidades de processamento de gás natural (UPGNs), a refinaria Clara Camarão e o Terminal Aquaviário de Guamaré (Terminal de Uso Privado), com ampla capacidade de estocagem e sistemas que permitem a exportação, importação e cabotagem de óleo e derivados.

Questionada pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE sobre desligamentos e contratações, a 3R Petroleum disse que ainda está “tomando pé da situação do polo – que até semana passada era da Petrobras – para fechar um número redondo”, sem mais detalhes. A Petrobras informou, por meio de nota, que os cerca de 450 empregados da companhia abrangidos pelo Polo Potiguar terão a opção de escolher vagas em unidades operacionais da empresa em outros estados, ou permanecer no Rio Grande do Norte em vagas administrativas.

O diretor jurídico do Sindipetro-RN, Marcos Brasil, disse que o sindicato vai fazer uma lista nominal com todos os trabalhadores demitidos para procurar as empresas que vão atuar na região para tentar a recolocação dos profissionais no mercado de trabalho, além de buscar apoio com o poder público para amparar os desempregados. 

“Temos caso, inclusive, de um empregado que foi contratado por uma empresa do setor privado depois do closing e, quando foi  assumir o emprego, a empresa não o efetivou. Acabou que demitiu o empregado recém-contratado e ele ficou numa situação difícil, porque ele pediu demissão da empresa anterior para a nova, mas não foi aproveitado. Tinha feito exame, assinado contrato e tudo. Uma situação bem difícil que a gente vai tratar também pontualmente”, exemplificou Marcos Brasil.

A estatal continuará no Rio Grande do Norte investindo em projetos com grande potencial de crescimento futuro, como a exploração da Margem Equatorial na Bacia Potiguar (onde a empresa detém participação em cinco blocos exploratórios e possui compromisso de perfurar o poço de delimitação da descoberta de Pitu) e a avaliação de projetos de parques eólicos offshore, a exemplo de Colibri, em parceria com a Equinor. No estado, a companhia opera também a Usina Termelétrica Vale do Açu, em Alto do Rodrigues.

O início da operação da 3R Petroleum na refinaria Clara Camarão, na última quinta-feira (8), contou com reajuste no preço dos combustíveis às distribuidoras. O preço do Diesel subiu R$ 0,51, de 2,85 para R$ 3,36 na refinaria; enquanto a gasolina subiu R$ 0,23 por litro, de R$ 2,68 para R$ 2,91.

A 3R Petroleum afirmou que os preços dos produtos derivados produzidos pela companhia seguem parâmetros de mercado, tais como o dólar, custos logísticos para recebimento de derivados na região Nordeste, entre outros. A empresa destacou que ajustes nos preços podem ocorrer de forma recorrente, amparados por critérios técnicos e condições de mercado.

Petrobras

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, usou as redes sociais para dizer que a venda se consumou antes da posse dele como Presidente da Petrobras e não desrespeitou contratos assinados previamente. Segundo o presidente, a venda dos ativos por pouco não significou a saída total da estatal do RN, mas reforçou que a empresa está assegurada no Estado e que a sede em Natal será reinaugurada na próxima segunda-feira (19).

“Ansiamos que a empresa sucessora tenha igual sucesso, competência e capacidade de investimento para corresponder à expectativas geradas por aqueles que defenderam a venda destes ativos ou que escolheram não participar das discussões. Espero também que as empresas que venham a ser contratadas, bem como todos aqueles que apoiaram esta venda, colaborem com a manutenção e contratação dos trabalhadores/as terceirizados, já que argumentaram que tudo isso iria ‘gerar mais empregos’, e não precarizar as condições de trabalho e contratação”, disse Jean Paul.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *