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Rede pública de Natal pode enfrentar desabastecimento de soro

  • Saúde

Natal vive um “problema seríssimo” de falta de insumos na rede pública de saúde, segundo o titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), George Antunes. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, Antunes disse que a maior preocupação do município é a de desabastecimento de soro fisiológico, item essencial para realização de diversos procedimentos. O chefe da pasta diz que o Município tem encontrado dificuldade para comprar o insumo no mercado e cobra ações efetivas do Ministério da Saúde para solucionar o problema.

“O mais preocupante hoje é o soro fisiológico. Então, esse é o mais grave, é o mais preocupante, isso precisa ter uma ação. Isso tem que estar na mesa do Presidente da República, já virou uma questão nacional, isso foge a alçada, ao poder de comando, ao limite da nossa competência de secretários ou até de ministros, isso é um fato que tem que ser colocado na pauta, então mais preocupante e hoje de todos é o soro fisiológico.”, disse George Antunes.

O soro fisiológico é uma solução básica, que pode ser utilizada para infusões na veia ou em casos de pacientes com baixos níveis de líquidos ou sal no organismo. Além disso, o soro fisiológico pode ser usado para fazer limpeza de feridas, lavar os olhos ou para fazer nebulizações. A lavagem de queimaduras ou feridas com soro fisiológico é um dos procedimentos mais recorrentes na rede pública, já que é uma solução não tóxica para a pele e não danifica os tecidos em cicatrização.

O secretário George Antunes ressaltou que há risco de desabastecimento de soro na capital, mas não deu mais detalhes. A reportagem da TN questionou a Secretaria de Saúde de Natal sobre os estoques da capital, as unidades mais afetadas e se há previsão de reposição, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. Antunes pontuou que, diferentemente de outros medicamentos e insumos, a rede não consegue fazer substituição do soro fisiológico.

“Nós não temos um substituto para o soro. Para qualquer outro medicamento nós temos um substituto, mas para o soro você não tem. O contraste [iodado] é importante para alguns exames, obviamente, mas são situações que podem ser intercambiadas, não precisa necessariamente você depender 100% do contraste. Dipirona, você tem como resolver de outra forma ou determinado antibiótico, um determinado ansiolítico, você tem como fazer essa troca, essa permuta, mas o soro não tem não outro”, completa.

Na semana passada, a TN revelou que exames de imagem, como ressonâncias e tomografias computadorizadas, foram paralisados no Rio Grande do Norte por falta do contraste iodado, substância necessária para este tipo de procedimento. O próprio Ministério da Saúde reconheceu o problema, que é nacional, mas, segundo o secretário de Saúde estadual, Cipriano Maia, ainda não apresentou alternativas para o problema.

Em relação ao soro na rede estadual, a Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) diz que os estoques estão “confortáveis” e que não há “risco de desabastecimento nas unidades hospitalares da rede Sesap”. A secretaria informou ainda que tenta novas aquisições do insumo. Mesmo assim, Cipriano Maia considera preocupante a situação de Natal e de outras regiões do País.

“São cerca de 120 itens entre medicamentos e insumos críticos, que vai do fio de sutura ao soro fisiológico, que tá com a ameaça desabastecimento. Já imaginou? Soro fisiológico por problema nas embalagens, porque não tem embalagem, em função da crise internacional, das cadeias logísticas, tanto da pandemia quanto da guerra. Então, isso é um problema nacional que precisa ser visto, não é uma coisa que cada estado vai se virar sozinho”, comenta.

De acordo com a presidente do Cosems, Maria Eliza Garcia, a escassez do soro é motivada pela alta procura e a falta de matéria-prima no mercado. Garcia diz que os gestores em saúde estão enfrentando dificuldades para comprar o produto porque existe uma falta de embalagem para envasar a solução. “O soro nos preocupa por causa da falta de matéria-prima dos frascos, que vem da China e estava tendo esse problema e ainda está. Realmente há deficiência no estoque de soro fisiológico e glicosado”, diz.

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