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Risco de falta de diesel põe em alerta donos de postos no RN

  • Economia

Com o baixo nível dos estoques mundiais e a defasagem de preços em relação ao mercado internacional, o risco de falta de diesel entrou no radar da cadeia do produto, que já tem registro de problemas pontuais. O sindicato que representa os donos de postos do RN demonstraram preocupação. Em entrevista ao NOVO Notícias, a categoria afirma que o “risco é real” de desabastecimento no início do segundo semestre.

“O risco é real, haja vista que o diesel está sendo procurado em todo o mundo, principalmente no mercado europeu, que tem usado esse combustível no lugar do gás russo, dentro do possível”, afirma o diretor-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos/RN), Maxwell Flôr.

O fornecimento de diesel tornou-se uma preocupação global desde que as sanções contra a Rússia levaram a uma redução dos estoques no mundo. Na última semana, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) emitiu uma nota afirmando que “o Brasil corre o risco de desabastecimento de óleo diesel no início do segundo semestre deste ano, em função da prevista escassez de oferta no mercado internacional e do baixo nível dos estoques mundiais”.

Em meio às preocupações, a Petrobras também ressaltou em nota que a empresa e outros importadores podem ter dificuldades para garantir o diesel em meio à redução dos estoques mundiais.

O diretor-presidente do Sindipostos, Maxwell Flôr, concordou com a avaliação da Petrobras e da FUP, e afirmou que existe a possibilidade de carência pontual caso a própria Petrobras não aumente seu ritmo de importação

“O risco existe, porém não conseguimos mensuram seu tamanho. No caso dele vir a ocorrer, o cenário é bastante preocupante, haja vista que nosso transporte e logística gira em torno desse produto”, disse Maxwell.

Ainda segundo o representante da categoria, as distribuidoras estão alegando defasagem de preço e a falta de previsibilidade, nos pedidos feitos a Petrobras. Com isso, a situação gera um cenário preocupante para os donos de postos no estado.

“As distribuidoras também alegam que estão tendo corte de seus pedidos pela Petrobras.
Com esses cortes, as distribuidoras maiores como a vibra, a Ipiranga e a Raizen, conseguem compensar parte desse volume cortado através da importação, enquanto as distribuidoras regionais ficam de mãos atadas, pois não conseguem fazer essas importações”, contou o diretor.

Para evitar faltas pontuais e problemas no segundo semestre caso o consumo mundial de petróleo russo permaneça abalado, o diretor-presidente, Maxwell Flôr, espera que o Governo Federal encontre uma solução viável para evitar esta crise.

“Ficamos na expectativa que com a intervenção da ANP e do governo, essa situação possa ser controlada. Dando um exemplo prático, Imagine empresas de ônibus sem combustível. O caos é instalado. Inclusive para evitar isso ocorro o Governo Federal já estuda um plano de racionamento, para preservar o funcionamento de atividades essenciais. Enfim, vamos rezar que essa situação terrível não aconteça.”, pontou o representante.

Em resposta aos rumores, a ANP afirmou em nota que monitora o abastecimento nacional de combustíveis de forma sistemática, por meio do acompanhamento dos fluxos logísticos em todo o território brasileiro.

“Na presente data, o abastecimento com diesel aos consumidores se mantém regular”, diz a agência.

Em contato com a REPORTAGEM, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec) informou que “até o presente momento o Governo do Estado não recebeu nenhuma notificação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre o risco de desabastecimento ou falta de Diesel no mercado. Entretanto, o Estado vem monitorando a situação junto a Agências e demais órgãos de controle no intuito de colaborar nas ações que forem necessárias para a garantia do produto no mercado.”

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