De 2014 a 2024, o número de brasileiros com restrições na Carteora Nacional de Habilitação (CNH) por conta de problmeas de visão. O Rio Grande do Norte é o segundo estado que apresenta, proporcionalmente, maior volume de CNHs com restrições em relação à população total de condutores com 390 mil, representando 42%. Os dados são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), e foram analisados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
De acordo com a pesquisa, em 2024, o RN apresentava 219 mil motoristas com restrições visuais no documento. Com o crescimento deste número, o aumento para 390 mil é equivalente a 77%. Mas não só esse dado teve crescimento, o número de pessoas habilitadas também foi significativo nos últimos 10 anos. Em 2014, eram 676 mil condutores, agora, em 2024, foram registrados 935 mil, crescimento equivalente a 38%. Desses 390 mil com restrições, 384 mil estão são obrigados a usar lentes corretivas; 3.618 vedados a dirigir após o pôr-do-sol; 1.614 tem visão monocular.
Brasil tem 25 milhões de motoristas com restrições
Até 2014, eram 14,4 milhões de CNHs que registravam a exigência de que seus portadores conduzissem veículos obrigatoriamente com o uso de óculos ou lentes de grau. Nesse grupo, também constavam aqueles com restrição para dirigir após o pôr do sol e os que tinham anotação de visão monocular. Em 2024, esse total já alcança os 25,4 milhões – um aumento de 77%. No mesmo período, o crescimento no número total de condutores habilitados foi de 33%. Atualmente, as restrições visuais respondem por 91% de todas as anotações aplicadas às 27,9 milhões de CNHs emitidas no Brasil.
A presidente do CBO, Wilma Lélis, afirma que os dados mostram a relevância da saúde ocular para a população. “Eles reforçam a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce de doenças como mecanismo para melhorar a qualidade de vida e a segurança das pessoas”, pontua.
A entidade avaliou que diversos fatores contribuem para a crescente demanda por cuidados oculares para os motoristas. Sendo elas o envelhecimento da população; exposição prolongada às telas; aumento de incidência de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, estresse; e os maus hábitos de vida, por exemplo, alimentação inadequada, sedentarismo, e obesidade contribuem para o surgimento de problemas de saúde relacionados à visão. Esses elementos enfatizam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças oculares.