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RN tem banco de dentes humanos e você pode ser um doador; entenda

Você sabia que o Rio Grande do Norte tem um banco de dentes humanos e que você pode contribuir para a pesquisa e a formação acadêmica? O Departamento de Odontologia da UFRN é detentor do primeiro Biobanco de Dentes Humanos (BDH) do estado, sendo o segundo do Nordeste a receber a aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

O trabalho é coordenado pela professora Maria Cristina dos Santos Medeiros e possibilita a realização de estudos científicos e atividades de ensino. A doação de dentes é fundamental para a existência e a manutenção dessas ações.

Durante a formação dos estudantes de Odontologia, o estudo do órgão dentário é essencial para a compreensão dos elementos que constituem o sistema mastigatório humano (sistema estomatognático), além da compreensão das características distintas que influenciam na manifestação de alterações dentárias e lesões cariosas. 

Na área de pesquisa, as amostras podem ser utilizadas para testar adesão de materiais, modificações na estrutura dentária depois da aplicação de diferentes tratamentos, capacidade de eliminação de microrganismos em canais radiculares, entre outras possibilidades geradas pela evolução dos estudos.

Antes de doar, é importante entender que os dentes são órgãos do corpo humano, portanto, a aquisição e utilização desse material para fins de pesquisa ou atividades de ensino deve ser mediada por Biobancos ou Bancos de Dentes, que são entidades sem fins lucrativos ligados, em sua maioria, a instituições de ensino de Odontologia. Além de receber doações individuais, o BDH da UFRN coleta dentes das próprias clínicas do Departamento de Odontologia, de Unidades Básicas de Saúde e de clínicas privadas.

Os dentes são doados voluntariamente mediante Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que autoriza a coleta e o uso posterior das amostras em pesquisas, podendo esse consentimento ser retirado a qualquer momento se o doador assim o desejar. Dessa forma, o BDH não só controla a entrada e a saída desses materiais, como também mantém o sigilo e a confidencialidade dos dados pessoais obtidos, garantindo que as amostras sejam usadas de forma ética e legal.

A professora Cristina Medeiros ressalta a importância do trabalho realizado pelo BDH não apenas para o ensino e a pesquisa, mas para o uso correto e legal dos órgãos doados. Isso porque, de acordo com a Lei 9.434/97 – a Lei de Transplantes –, quem remove órgãos e tecidos humanos de maneira ilegal pode ser condenado à pena de três a oito anos de prisão. 

“Outro importante objetivo é armazenar e fornecer órgãos dentais com procedência conhecida, impedindo a prática ilegal do comércio de dentes, o risco de infecção cruzada durante a manipulação inapropriada, além de realizarmos ações de conscientização da sociedade sobre a importância da doação dos dentes”, comenta.

O projeto de extensão Vivenciando o Biobanco de Dentes auxilia na realização das atividades de coleta, limpeza, esterilização, seleção, cadastro, armazenamento e empréstimo do material recebido pelo BDH. “Recebemos dentes com indicação de extração pelo profissional dentista, respeitando os princípios éticos e legais, utilizando termos de consentimento. Buscamos valorizar o dente como órgão, seguindo os princípios de biossegurança. Assim, nós adquirimos consciência ética e conhecimento científico que se somam à nossa experiência acadêmica”, ressalta Barbara Cristina, aluna de Odontologia e bolsista no projeto.

Doações pessoais podem ser feitas por qualquer pessoa, sendo realizadas junto ao BDH após a assinatura de um Termo de Doação de Dentes Humanos. Os interessados em realizar essa ação podem ir presencialmente ao Departamento de Odontologia ou entrar em contato pelo email bancodedentesufrn@gmail.com. Para mais informações, basta acessar a página do BDH da UFRN no Instagram: @bdh.ufrn.

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