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Salário mínimo necessário dispara na pandemia e chega a R$ 6 mil

  • Economia

O salário mínimo necessário para as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, medido mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subiu mais de 30% desde o começo da pandemia.

No mês de novembro, o valor chegou a 5.969,17 reais, segundo os novos números da organização, e o preço da cesta básica aumentou em nove cidades, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

O Dieese mede o que chama de “salário mínimo necessário”, em comparação ao salário mínimo nominal, que é pago atualmente no Brasil.

O salário mínimo necessário em novembro superou em 5,42 vezes o salário mínimo, que é de 1.100 reais desde janeiro.

A métrica do Dieese é feita com base no valor da cesta básica para uma família de quatro pessoas (com dois adultos e duas crianças), medida nas capitais, além do custo de serviços básicos como moradia, saúde, energia elétrica, entre outros (veja o relatório completo).

Para calcular o salário necessário nacional, o Dieese leva em conta a cesta básica mais cara do país. Em novembro, foi o caso de Florianópolis (cesta de 710,53). A cesta mais barata foi em Aracaju (473,26 reais).

Reajuste do salário mínimo

Para 2022, o governo divulgou que o salário mínimo será reajustado em 10%, para 1.210 reais, diante das projeções maiores de inflação.

O salário mínimo é reajustado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, além do crescimento do PIB de dois anos antes.

Os índices inflacionários têm tido altas recordes em 2022. O INPC até outubro (último dado divulgado) teve alta de 11,08% no acumulado em 12 meses, isto é, desde outubro de 2020. O índice é medido pelo IBGE.

Apesar do reajuste recorde no valor para 2022, o salário mínimo tende a ficar abaixo do aumento da inflação em itens essenciais, o que explica parte da discrepância com os valores básicos calculados pelo Dieese.

  • Em 12 meses, o grupo de “alimentação e bebidas” subiu quase 12% no INPC;
  • O grupo “combustíveis e energia” subiu 31%;
  • O gás de botijão subiu quase 38%;
  • energia elétrica residencial subiu 29%.

Apesar das altas recorrentes vistas nos preços neste ano, até setembro, a previsão da equipe econômica era de que a alta anual do INPC fechasse em 8,4%. Em julho deste ano, a projeção era ainda mais otimista, de INPC na casa dos 5%, e salário mínimo a 1.147 reais em 2022.

Mas uma nova projeção feita em novembro passou a projetar crescimento de 10,04% no INPC neste ano, o que levou o governo a aumentar novamente o valor previsto do salário mínimo.

Fonte: EXAME

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