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Sessão com Flávio Dino na CCJ é marcada por troca de farpas e provocações

A audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para ouvir o ministro da Justiça, Flávio Dino, foi marcada por trocar farpas, provocações – algumas delas partiram do próprio Dino -, e até insultos numa discussão centrada sobre armamento, os ataques golpistas do 8 de janeiro e a visita de Dino ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, há pouco mais de duas semanas.

No confronto, governistas acusaram os adversários de se comportar como se estivessem num jardim de infância. A oposição retrucou, cobrando de Dino explicação de como conseguiu visitar uma região no Rio dominada pelo tráfico sem ir com segurança reforçada. O ministro da Justiça é o principal alvo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso e nas redes por ser a figura principal da atual gestão em relação à postura antiarmas e de repressão aos manifestantes que vandalizaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).

No caso da visita à Maré, as cobranças vieram dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), que questionaram se houve algum acordo com organização criminosa para a ida à favela carioca. Dino reagiu com deboche à maioria das perguntas.

Ao responder Ramagem, disse que não lembrava o nome do parlamentar, e depois perguntou se era “da polícia”. Nikolas, por sua vez, foi constantemente interrompido por deputados que o chamavam de “chupetinha” e de “Nikole”, ao tentar discursar. “Agora, a oposição acha que fui encontrar o Comando Vermelho e avisei a polícia antes. É esdrúxulo”, disse Dino logo no começo da audiência.

O ministro também foi cobrado por sua conduta no dia 8 de janeiro, data dos atos golpistas em Brasília. Deputados de oposição mostraram mensagens escritas por Dino no dia da invasão dos prédios públicos em que o ministro dizia estar vendo a baderna da janela do prédio do Ministério da Justiça. O ministro argumentou que a segurança de Brasília era de competência da Polícia Militar do DF e não da Polícia Federal que é subordinada à sua Pasta.

O deputado André Fernandes (PL-CE), autor da Comissão Parlamentar Mista (CPMI) dos atos golpistas do 8 de janeiro, protagonizou uma das principais brigas, quando fez ataques ao PT e ao ministro. Fernandes disse que, na plataforma JusBrasil, Dino responderia a mais de 200 processos. O ministro rebateu com risos e provocações. Ele lembrou que Fernandes é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e associou a fala do JusBrasil à crença na Terra plana. “Eu sou professor de Direito. Vou contar para os meus alunos como anedota, como piada”, disse. “Não respondo a nenhum processo, diferente de você.”

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