N atal vive uma epidemia de dengue, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. O aumento nos registros de casos da doença, que já chegou a 1.649 notificações em 2022, é suficiente para se caracterizar uma epidemia. O avanço também atinge os demais municípios do Estado. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os dados apurados até 9 de abril de 2022 indicam aumentos um crescimento de 818% no número de casos de dengue em todo o RN em relação ao ano passado. No caso da zika, o aumento foi de 970% e da chikungunya, 162%.
Em 2021, até a segunda semana de abril, foram registrados 435 casos prováveis de dengue, enquanto em 2022 são 3.995 no mesmo período, em todo o Estado. Os casos prováveis de chikungunya passaram de 570 para 1.494 casos prováveis, enquanto os de zika aumentaram de 39 casos prováveis no ano passado para 321 em 2022.
Em Natal, foram notificados 1.649 casos de arboviroses até o dia 22 de abril, contra 184 no mesmo período de 2021. Os números de dengue foram os que tiveram maior aumento de registros (336,91%), seguidos pelo crescimento nas notificações de zika (266,67%) e chikungunya (75%).
De acordo com a Secretaria de Saúde de Natal (SMS), os bairros de Pajuçara e Lagoa Azul, na zona Norte, bem como Pitimbu, na zona Sul, apresentam a maior incidência de casos. Segundo Vaneska Gadelha, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da SMS, atualmente pode-se dizer que Natal passa por uma epidemia de dengue, conforme definições da vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde.
Dessa forma, a epidemia é decretada quando há um aumento significati
vo de casos acima de três semanas consecutivas dentro de um gráfico chamado diagrama de controle. A cidade do Natal apresenta uma visível tendência de aumento há dez semanas epidemiológicas consecutivas.
“Conseguimos detectar esse quadro por bairros ou por distritos sanitários da cidade. Tivemos uma situação que foi bem específica no bairro de Pitimbu, por exemplo, que houve necessidade de parceria com a Secretaria do Estado de Saúde. Agora, os bairros de Pajuçara e Lagoa Azul também demonstram bastante adoecimento da população”, explica.
Os distritos sanitários Norte I, Sul e Oeste apresentam as maiores incidências de notificações de casos por cada 100 mil habitantes, respectivamente 33,35%, 31,33% e 19,13% do total da cidade. Em Pajuçara, são 306 casos prováveis de acordo com levantamento do Núcleo de Análise de Situação de Risco em Saúde. Os dados compreendem casos notificados até o dia 22 de abril.
No bairro de Lagoa Azul, foram registrados 236 casos prováveis. Em Pitimbu, 158 casos e nos bairros do Planalto e Felipe Camarão, foram 113 e 112. “Vemos que Candelária está apresentando um potencial bastante extensivo para entrar em um processo de epidemia. Também temos Neópolis, onde estamos fazendo uso da UBV portátil para cortar a cadeia de transmissão”, diz a diretora da Secretaria de Saúde. Esse cenário, aliado a casos de gripe e covid-19, resultou na lotação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), assim como nos prontos-socorros dos principais hospitais privados de Natal , nas últimas semanas, com serviços sendo suspensos.