A recente publicação no Diário Oficial de Parnamirim anunciando um investimento de mais de R$ 457 mil no Carnaval de 2025 levanta questões críticas sobre a coerência da gestão pública municipal.
O montante, destinado ao apoio de intérpretes, grupos de dança e curadores, seria oriundo da Secretaria de Turismo. Embora o carnaval seja uma manifestação cultural de grande relevância, fomentando a economia local e proporcionando entretenimento, a decisão de alocar valores tão expressivos contrasta com a narrativa de um rombo de R$ 337 milhões herdados da gestão anterior.
Nilda, em entrevistas recentes, justificou a crise financeira municipal apontando restos a pagar e dívidas parceladas como principais fatores para o déficit. Contudo, a capacidade de mobilizar recursos dessa magnitude para o carnaval levanta dúvidas sobre a real dimensão do rombo ou sobre as prioridades administrativas da atual gestão.
Se a crise financeira é tão grave como foi alardeado, de onde vieram os recursos para este investimento?
Embora o turismo seja essencial para a economia de Parnamirim, especialmente em períodos de alta temporada como o carnaval, é fundamental que a gestão pública seja transparente e responsável.
A saúde e a educação, que não seriam diretamente impactadas por esses recursos, ainda enfrentam desafios significativos que poderiam ser mitigados com uma reavaliação das prioridades orçamentárias.
O problema se agrava quando a crise é usada como justificativa para a inação em áreas essenciais, enquanto investimentos milionários em eventos festivos são anunciados com facilidade. A transparência e a coerência são pilares fundamentais da gestão pública, e a contradição entre a narrativa de crise e a disponibilidade de recursos para o carnaval enfraquece a confiança da população na administração municipal.
O carnaval é, sem dúvida, um momento importante para a cidade, trazendo alegria e movimentando a economia. No entanto, ele não pode ser tratado como uma cortina de fumaça para desviar o foco de problemas estruturais e da falta de ações concretas em áreas prioritárias.