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Ações da Petrobras registram queda histórica após lei aprovada

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) operavam em forte queda e fecharam em queda de 10,06% ontem, cotadas a R$ 24,22. Os papéis da instituição registraram cotação máxima de R$ 26,36 e mínima de R$ 23,61, um dia após a divulgação de dois anúncios políticos que agitaram o mercado financeiro. Segundo a Economática, plataforma especializada em mineração de dados de empresas listadas na Bolsa, a queda da PETR3 foi maior que a registrada em 27 de abril de 1989, então recorde negativo, quando o ativo da petroleira atingiu baixa de 9,40%.

Na terça-feira (13), a nomeação de Aloizio Mercadante (PT), ex-ministro e economista, para dirigir o BNDES e a aprovação do projeto de lei que admite modificações na Lei das Estatais pela Câmara dos Deputados foi divulgada. As mudanças permitem a flexibilização das antigas regras para indicações aos cargos das empresas públicas, diminuindo o período de três anos para um mês a indicados que tenham ocupado determinadas posições na política. A Lei das Estatais foi implementada em 2016, durante o Governo Temer, com o objetivo de impedir que haja influência política nas empresas públicas.

A Petrobras é uma empresa estatal de capital aberto, ou seja, com economia mista. A companhia foi fundada em 1953 e seu maior acionista é o governo brasileiro. Apesar das interferências políticas nos últimos anos, um relatório da gestora global Janus Henderson mostra que a Petrobras lidera a remuneração de proventos aos investidores.

A petroleira tem um conselho de administração cujos membros são eleitos pelos acionistas. A União federal é dona de mais da metade das ações da companhia, sendo assim o governo brasileiro o acionista majoritário da empresa.

O governo tem então a responsabilidade de indicar a maior parte dos conselheiros — que, por sua vez, têm a prerrogativa de escolher quem será o presidente da Petrobras e os sete diretores executivos da companhia. Esses profissionais definem a política de preços dos combustíveis e seus possíveis reajustes.

Comando

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o próximo presidente da Petrobras terá de ser alguém que “entende do setor” de petróleo. Questionado sobre o nome do senador Jean Paul Prates (PT) durante entrevista à GloboNews, o petista se limitou a responder que ele “entende do setor”.

Durante a entrevista, o futuro ministro disse que uma reunião com o futuro presidente da empresa será sua prioridade, assim que o nome for definido pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sobre a política de preços da Petrobras, Haddad afirmou que será necessário estudar alternativas, especialmente em um momento de queda do petróleo no mercado internacional.

“A suavização é uma prática corrente”, comentou Haddad, acrescentando que os preços de combustíveis são importantes no País, devido à dependência do Brasil da malha rodoviária. “Vamos ver o presidente da Petrobras que o Lula escolhe. Você pode ter certeza que a primeira coisa que eu vou fazer é sentar com ele “

Ele reconheceu ainda que a política de preços de combustíveis adotada no começo da década passada – ou seja, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) – acabou prejudicando o etanol

O futuro ministro afirmou também que um equívoco desse governo foi não ter percebido que a crise econômica enfrentada tinha elementos estruturais, embora tenha elogiado a maneira como o governo Lula enfrentou a crise de 2008, com medidas anticíclicas.

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