Nesta sexta-feira (3), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou a soltura do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL). Cid estava detido desde 22 de março, após prestar depoimento ao STF sobre um áudio no qual fez críticas à Polícia Federal e ao próprio Moraes.
No áudio, o ex-ajudante de Bolsonaro alega que foi pressionado pela PF a relatar eventos inexistentes e a detalhar situações das quais não tinha conhecimento.
Ele afirma ter sido coagido por policiais a corroborar declarações de testemunhas e a reproduzir informações específicas, sob ameaça de perder os benefícios de um acordo de delação premiada.
Cid também critica a atuação de Moraes, alegando que o ministro age de acordo com sua vontade.
“O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando e como quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação. Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou em [inquérito sobre] vacina, eu estou em joia”, comentou Cid na gravação.
No mesmo áudio, o ex-ajudante de Bolsonaro sugere que Moraes já possui uma sentença pronta para os inquéritos dos quais é relator e que aguarda apenas “o momento mais conveniente” para ordenar as prisões dos investigados.
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, liberdade provisória para o militar. O pedido foi feito no dia 22/04, quando se completou um mês da da prisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.