O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira, 10, que a investigação das notícias falsas divulgadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as urnas eletrônicas seja incorporada ao inquérito das milícias digitais.
A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que em março sugeriu a fusão das duas frentes da apuração por entender que os fatos precisavam ser investigados em conjunto.
O inquérito das milícias digitais mira a atuação coordenada de grupos na internet para divulgar notícias falsas e atacar opositores bolsonaristas e instituições democráticas. Em relatório parcial entregue em fevereiro ao STF, a Polícia Federal (PF) relacionou a investigação ao discurso do presidente na live em que Bolsonaro lançou suspeitas infundadas sobre a segurança das urnas. A PF apontou “semelhança no modo de agir”.
A pedido da Polícia Federal, o presidente já havia sido incluído formalmente como investigado no inquérito das milícias digitais. A diferença agora é que, pela convergência, a investigação vai incorporar a apuração sobre os ataques de Bolsonaro ao sistema eletrônico de votação.
Até o momento, a Polícia Federal apontou a “atuação orquestrada” de aliados e apoiadores do governo para promover notícias falsas e ataques contra adversários e instituições, usando para isso até mesmo a estrutura do chamado “gabinete do ódio”.