O bloqueio no Orçamento deve ficar próximo de R$ 14 bilhões para incluir a previsão de reajuste linear de 5% para todo o funcionalismo. O detalhamento sobre quais programas e ministérios vão ser mais atingidos ainda não foi fechado, e deve ser divulgado até segunda-feira, 30, mas a reportagem apurou que Educação, Saúde e Ciência e Tecnologia devem ser os mais afetados.
O bloqueio é necessário para o governo cumprir o teto de gastos, a regra que atrela o crescimento das despesas à inflação. O valor deve ficar maior que os R$ 8,2 bilhões anunciados na semana passada, porque já vai incluir a previsão de despesas de R$ 6,3 bilhões com o aumento dos servidores. Com o R$ 1,7 bilhão já contingenciado em março, o bloqueio total deve subir para quase R$ 16 bilhões.
Não deve haver cortes de emendas de relator, chamadas de RP9, do orçamento secreto, revelado pelo Estadão, e nem das emendas parlamentares de bancada.
Números de quanto cada ministério terá de bloquear começaram a vazar depois que a equipe econômica enviou os primeiros ofícios aos ministérios. Em um deles, ao qual o Estadão teve acesso, Educação teria de cortar R$ 3,2 bilhões; Ciência e Tecnologia, R$ 2,9 bilhões; e Saúde, R$ 2,5 bilhões. O número final, no entanto, ainda pode mudar porque é praxe os ministros tentarem negociar um alívio.
Também não está batido o martelo se no bloqueio já estará prevista a equiparação das carreiras da Polícia Rodoviária Federal às da Polícia Federal e um aumento adicional para os agentes penitenciários – como quer o presidente Jair Bolsonaro, que disputa a reeleição este ano.