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‘Efeito Lula’ deve elevar gasto com juros da rolagem da dívida pública

  • Economia

Diante das incertezas que cercam os rumos da política econômica no governo Lula, o gasto com a rolagem da dívida pública deverá dar um salto em 2023. Segundo um relatório sobre o quadro fiscal do País divulgado pelo Banco Inter, a previsão é de que a despesa do setor público com o pagamento de juros da dívida chegue a R$ 777 bilhões no ano, um recorde histórico. Se isso se confirmar, serão R$ 190,6 bilhões, ou 32,5% a mais do que o valor despendido em 2022, de R$ 586,4 bilhões. Em termos relativos, a estimativa é de que a despesa com juros aumente de 6% para 7,4% do Produto Interno Bruto (PIB). “É um gasto muito alto”, diz Rafaela Vitoria, economista-chefe da instituição.

De acordo com Rafaela, a previsão de aumento nas despesas com juros se deve não só ao crescimento do valor da dívida, para R$ 7,2 trilhões no fim de 2022, em decorrência da inflação, mas a uma mudança de expectativas em relação ao adiamento do corte na taxa básica (Selic), que indexa cerca de 40% dos títulos públicos, como já indicado pelo Banco Central (BC).

No fim de outubro, antes das eleições, a previsão era de que a Selic, de 13,75% ao ano, começaria a cair em junho e chegasse em dezembro de 2023 em 11,25% ao ano, conforme o boletim Focus, divulgado pelo BC.

Agora, a estimativa é de que a taxa, que se mantém no mesmo nível, só comece a cair em novembro e esteja em 12,5% na virada do ano.

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