A única vaga que o Rio Grande do Norte terá no Senado Federal na eleição de 2022 tem movimentado desde já os bastidores da política potiguar. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), têm disputado nos décimos a preferência do eleitorado, de acordo com a pesquisa do Instituto Seta, divulgada no Blog do BG, nesta quinta-feira 30.
No primeiro cenário estimulado do levantamento eleitoral – aquele em que o entrevistador apresenta aos entrevistados os nomes dos pré-candidatos – Faria aparece na dianteira com 11,4% das intenções de votos, tecnicamente empatado com Carlos Eduardo, que tem 11,3% da preferência dos eleitores. A diferença entre os pré-candidatos é de 0,1%, dentro da margem de erro, que é de 2,9% para mais ou para menos. A cadeira em disputa é ocupada atualmente pelo senador Jean Paul Prates (PT).
A ex-prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PP), aparece logo em seguida com 8,6%. A lista é composta, ainda, por Jean (6,9%), que aparece tecnicamente empatado com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (6,8%). O ministro potiguar, responsável por obras do governo federal, só tem mais votos que Haroldo Azevedo. Neste cenário, o resultado de Marinho é 40% inferior ao de Fábio Faria. Ao todo, 33,6% informaram que votariam nulo, branco e/ou ninguém. Outros 18,1% não sabiam ou não responderam.
Em outro cenário estimulado, sem os nomes da ex-governadora Rosalba e Carlos Eduardo, Faria aparece com 12,3% das intenções, o que o torna o melhor posicionado entre os cotados a disputar o cargo de senador no próximo ano. Logo em seguida, aparece Marinho. Ainda sem partido, mas com chances reais de filiação ao PSDB, o ministro do DR tem 8,1% da preferência do eleitorado potiguar.
Ao analisar os números, nota-se que Faria tem 51,8% mais preferência do que Marinho. Ambos integram o governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), que é desaprovado por 70% dos entrevistados da pesquisa. Por outro lado, 24% dos consultados aprovam a forma como o Palácio do Planalto, em Brasília, é conduzido pelo atual gestor. Os 6% restantes não souberam ou não opinaram.
Já o petista Jean, que busca continuar como senador por mais oito anos, ocupa a terceira posição com 7,3%. O desempenhado do aliado da governadora Fátima Bezerra (PT) é inferior ao de Faria, assim como o do empresário Haroldo Azevedo, sem partido anunciado. Azevedo conta, hoje, com 4,7% das intenções de votos. Ao todo, 47,8% dos consultados informaram que votariam nulo, branco e/ou ninguém. Outros 19,9% não sabiam ou não responderam.
Quando o terceiro cenário, sem o nome de Fábio Faria, é exposto ao eleitorado, Carlos Eduardo assumi o favoritismo, com 11,6% dos votos. Ao não concorrer diretamente com o ministro das Comunicações, Marinho fica na segunda posição, com 9%. Ele não alcança a liderança da pesquisa em nenhum cenário favorável ao voto. Jean, por sua vez, permanece na terceira colocação, com 7,3%, a frente somente de Haroldo Azevedo (5,1). Ao todo, 33,6% informaram que votariam nulo, branco e/ou ninguém. Outros 18,1% não sabiam ou não responderam.
O único cenário em que Marinho é o mais lembrado pelos entrevistados é o de rejeição, ou seja, aquele candidato em que os eleitores não votariam de jeito nenhum. De acordo com a pesquisa, Fábio Faria não tem chances de ser a escolha de 9,5% dos entrevistados, enquanto 8,1% e 6,5% dos consultados não votariam, de jeito maneira, em Jean e Carlos Eduardo, respectivamente.
Pesquisa estimulada
Fábio Faria também emerge como favorito ao Senado no cenário estimulado, que é aquele em que o entrevistado diz, por conta própria, o nome de alguém. O ministro das Comunicações foi lembrado por 5,6% dos entrevistados. O desempenho foi suficiente para o colocar como primeira opção entre os possíveis pré-candidatos já conhecidos. Em seguida, aparecem Carlos Eduardo e Rosalba empatados, com 3,1% das intenções de votos.
O ministro Marinho preenche a quarta posição com 2,9%. O resultado representa uma pequena vantagem em relação ao quinto colocado, o senador Jean (2,5%). Em seguida, surge Haroldo Azevedo com 2,4%. O ex-senador Garibaldi Alves (MDB) foi lembrado por 1% dos entrevistados. Os senadores Styvenson Valetim (PODE) e Zenaide Maia (PROS) são a preferência de 0,4% e 0,3% do eleitorado, respectivamente. Eles, contudo, não concorrerão ao Senado em 2022, pois têm mandato no Congresso Nacional até 2026.
O prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), o ex-senador Geraldo Melo (PSDB), o deputado federal João Maia (PL) e o ex-senador José Agripino (DEM) têm 0,1% de intenções de votos. Ao todo, 47,1% informaram que votariam nulo, branco e/ou ninguém. Outros 19,9% não sabiam ou não responderam.
De acordo com a pesquisa, Fábio Faria não tem chances de ser a escolha de 9,5% dos entrevistados, enquanto 8,1% e 6,5% dos consultados não votariam, de jeito maneiro, em Jean e Carl
Governo
A governadora Fátima Bezerra (PT) caminha à reeleição com 33,8% das intenções de votos, na pesquisa estimulada. O resultado, contudo, não garante vitória em primeiro turno. Isso porque Carlos Eduardo ocupa a segunda colocação, com 21,1% da preferência. Styvenson, que não confirmou oficialmente ser pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Norte, tem 12,2%. O deputado federal Benes Leocádio (PR) é a escolha de 3,3% dos entrevistados. Assim sendo, os três adversários da petista têm 36,6% dos votos totais, somados.
Ao todo, 17,1% informaram que votariam nulo, branco e/ou ninguém. Outros 12,5% não sabiam ou não responderam.
No cenário espontâneo, Fátima continua na liderança (20,2%), mas com redução na vantagem em relação ao segundo colocado, Carlos Eduardo (10,2%). Styvenson tem 6% e Benes, 1,6%. Álvaro Dias soma 0,6. O ministro Marinho é a escolha de apenas 0,1% dos entrevistados, assim como Garibaldi, Rosalba, Zenaide e o ex-governador Robsinson Faria (PSD), por exemplo. Outros cinco políticos tiveram desempenho similar.
Ao todo, 11,3% informaram que votariam nulo, branco e/ou ninguém. Outros 49,1% não sabiam ou não responderam.
2º turno
Caso a disputa pelo comando político administrativo do Rio Grande do Norte force segundo turno entre Fátima e Styvenson, a petista ganharia com 36,2% contra 22,4%. Ninguém, branco e nulo somam 34,2%, enquanto 7,2% não souberam ou responderam.
Se a governadora concorresse com Álvaro Dias, a vantagem seria ampliada, já que ela teria 35,5% dos votos contra 16,5% do tucano. Neste cenário, nota-se que a maioria do eleitorado (40,4%) optou por votar em ninguém, branco ou nulo. Os 7,7% restantes não sabiam ou não responderam.
A menor vantagem de Fátima contra o segundo colocado é no cenário 3, quando ela disputa o voto com Carlos Eduardo. A governadora tem 35,6% dos votos contra 23,5% do ex-prefeito de Natal. Ao todo, 33,8% votariam em ninguém, branco ou nulo. Já 7,1% não sabem ou não responderam.
Rejeição
A atual chefe do Executivo estadual também lidera a rejeição. Fátima não teria, de forma nenhuma, o voto de 31,6% dos entrevistados. Carlos Eduardo aparece com 10,3%, seguido por Styvenson (8,2%) e Benes (6,6%). Ao todo, 26,2% informaram que votariam nulo, branco e/ou ninguém. Outros 17% não sabiam ou não responderam.
A rejeição ao nome de Fátima é próxima do resultado de desaprovação do governo PT no estado potiguar. Conforme a pesquisa, 42,4% dos potiguares entrevistados desaprovam a gestão Fátima, enquanto 44,4% aprovam. Os outros 13,2% restantes não sabem ou não responderam.
A pesquisa
Para a realização da pesquisa em parceria com o Blog do BG, o Instituto Seta entrevistou 1.500 eleitores de todas as regiões do Rio Grande do Norte, entre os dias 25 e 27 de setembro. Os resultados foram calculados com intervalo de confiança de 95% e com margem de erro de 2,9% para mais ou para menos.