O Governo Federal está avaliando a indicação de dois bolsonaristas para cargos no Rio Grande do Norte. Os nomes, que enfrentam resistência dentro do PT, já foram enviados pelos partidos aliados para Brasília e aguardam aval de órgãos como a Casa Civil, que faz a análise dos nomes apresentados.
O União Brasil, presidido no RN pelo ex-governador e ex-senador José Agripino Maia, indicou Ivan Júnior para a superintendência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Ex-prefeito de Assú, Ivan Júnior foi candidato a vice-governador nas eleições de 2022 na chapa antipetista de Fábio Dantas (Solidariedade), em uma aliança costurada pelo senador Rogério Marinho (PL). Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os dois fizeram duros ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha.
Em entrevista à rádio Princesa FM, Ivan chegou a dizer durante a campanha que as gestões do PT foram um “desastre” para o Brasil. E lembrou escândalos de corrupção durante as gestões de Lula e Dilma Rousseff (PT).
Histórico adversário do PT, Agripino disse que, apesar de ser oposição ao Governo Lula, foi consultado pela direção do União Brasil para indicar um nome para a Codevasf no RN. O partido tem três ministérios no Governo Lula.
“Me pediram a indicação do superintendente local e eu indiquei um nome. Em benefício de quem? Em benefício da administração de tudo que a Codevasf tem – e tem um bocado de coisa que já vem de algum tempo – em execução aqui no Estado, é a forma de eu colaborar”, declarou, à rádio Cidade.
Já o MDB do vice-governador Walter Alves indicou o presidente do PTB, Getúlio Batista, para a superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Apoiador de Bolsonaro e amigo do ex-deputado Roberto Jefferson, delator do Mensalão, Getúlio fez ataques a Lula e ao PT na campanha.
Em 2022, quando Lula veio a Natal antes da campanha, Getúlio Batista sugeriu que as pessoas escondessem as carteiras e postou foto de faixas chamando o petista de “ladrão”.
A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffman (PR), também foi alvo dos ataques de Getúlio, que se referiu a ela como a “Amante”. Disse também que votar em Lula era como recontratar um funcionário que já te roubou.