A prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz, iniciou seu mandato alegando rombo de R$ 337 milhões herdados da gestão anterior. No entanto, sua administração já levanta questionamentos sobre a real situação financeira do município.
Enquanto justifica cortes e atrasos nos pagamentos alegando dificuldades, a prefeitura mantém compromissos seletivos, expondo contradições. Os servidores municipais estão entre os mais prejudicados. Embora a folha salarial esteja em dia – algo que a gestão anterior já fazia –, diversas categorias sofreram cortes.
Os agentes comunitários de saúde não receberam o incentivo de fardamento e EPIs, mesmo com recursos federais destinados para isso. Já os servidores da SEMUR perderam o pagamento da produtividade dos fiscais.
Outro problema grave é a suspensão do pagamento de férias, verbas rescisórias e diárias, justificada pelo Decreto Municipal 7.591, de 9 de outubro de 2024. No entanto, juridicamente, a prefeita pode revogar esse decreto, já que foi uma decisão da própria gestão. Ela tem autonomia para garantir esses pagamentos, mas opta por não fazê-lo.
Se o decreto permanecer em vigor, servidores que atuam na Operação Verão podem não receber pelas atividades extras desempenhadas.
Apesar do discurso de crise, a prefeita não parece ter dificuldades para gastos estratégicos. O Diário Oficial mostra contratações de empresas e aportes para eventos, incluindo o Carnaval.
A matemática da gestão Nilda Cruz não bate. A justificativa do “rombo financeiro” serve para atrasar e suspender pagamentos, enquanto outros gastos continuam normalmente. Os próximos meses mostrarão se a prefeita equilibrará as contas ou seguirá usando o passado como desculpa para falhas no presente.