O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a questionar as vantagens de se manter a Petrobras como uma empresa estatal, mas listada em Bolsa. Ele já declarou diversas vezes que gostaria de privatizar de vez a companhia.
“A estatal listada em Bolsa ajuda a sociedade, derruba os preços e acaba quebrando, como no governo passado? Ou vira de mercado, bota o preço lá em cima e – entre aspas – aperta o consumidor, como está acontecendo agora com o petróleo? A Petrobras não satisfaz ninguém, e a bomba fica no colo do governo”, afirmou Guedes.
Ele sinalizou que o Estado deveria vender de vez a companhia antes que a era do petróleo chegue ao fim. “O mundo inteiro está indo em direção ao verde e ao digital. O futuro não é com a mão suja de graxa, como diz um ex-presidente aí que fala que quer a Petrobras de volta. De volta para quê, para saquear? Para quê, se o futuro é verde. Vai morrer sentado em cima desse petróleo valendo zero”, disse.
Para ele, a Petrobras está sob risco porque daqui a “cinco ou dez anos” o mundo fará a migração para o carro elétrico. “Até os Emirados Árabes fizeram melhor, tiraram o petróleo e fizeram cidades no deserto. Mas nós não tiramos o petróleo do chão na velocidade necessária para erradicar a pobreza”, completou.
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro se queixam dos aumentos de preços nos combustíveis feitos pela estatal, que atrela o valor ao mercado internacional (dólar e cotação do petróleo). Bolsonaro já disse que pretende mudar a política de preços da estatal.
Guedes participou da divulgação do Indicador de Governança das Estatais, que verifica o cumprimento de diversos dispositivos legais, infralegais e de boas práticas de governança corporativa No total, 60 estatais foram avaliadas, sendo 45 de controle direto e 15 subsidiárias.
O ministro elogiou o desempenho das estatais no governo Bolsonaro, mas considerou que “não se pode relaxar” para que esses resultados positivos se percam. “As estatais bem geridas geram excelentes resultados, que vão pelo ralo quando carregam as estatais deficitárias”, completou.
Mais uma vez o ministro defendeu a venda de ativos da União que seriam menos rentáveis que a própria rolagem da dívida pública. “Temos R$ 2 trilhões em ativos e o povo comendo ossos, tem algo errado. O povo passando fome e a nós nos endividando em bola de neve carregando ativos menos rentáveis que dívida”, acrescentou